terça-feira, 11 de março de 2008

Epilepsia

  • Uma pesquisa de duas universidades brasileiras descobriu que uma gordura presente em alguns tipos de peixe pode ajudar no tratamento da epilepsia. O estudo sobre o ômega-3 foi publicado em uma revista científica americana.
    Hora do almoço. O salmão no prato de Fulvio Scorza, coordenador da pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), não é mera coincidência. Ele pesquisa o ômega-3, gordura presente no peixe, que é uma esperança para três milhões de brasileiros que têm epilepsia.
    Desde os 21 anos, Sueli Mesquita, tem o distúrbio cerebral que pode provocar convulsões e perda da consciência. Antes de fazer uma cirurgia, seis anos atrás, as crises eram freqüentes e os remédios não faziam efeito.
    “Se alguém vai socorrer, pensam que é drogado ou bêbado, e não que esteja tendo crise epilética”, declara Sueli, que é voluntária da Associação Brasileira de Epilepsia.
    São pacientes como Sueli que podem se beneficiar da pesquisa das universidades federais de São Paulo e de São João del Rey, publicada em uma revista científica americana.
    A experiência foi feita com dez ratos com epilepsia e outros dez sem. Durante dois meses, metade de cada grupo tomou soro fisiológico. A outra metade, ômega-3. Nos que ingeriram a gordura, a perda de neurônios foi menor. E outras células nervosas se formaram.
    “Quando essas crises são continuas o neurônio pode sofrer algum tipo de lesão e o ômega-3 nos mostrou nesse estudo experimental que essa perda de neurônio pode ser revertida”, explica Fulvio Scorza.
    O pesquisador alerta que o ômega-3 não cura a epilepsia e não deve substituir os medicamentos. O ômega-3, também presente nas sementes de linhaça e em peixes como a cavala e a sardinha, já era indicado pelos médicos para reduzir o risco de doenças cardíacas. Agora, os pesquisadores que estudam a epilepsia vão repetir os experimentos com humanos.
    Se os resultados forem satisfatórios, o passo seguinte é saber qual seria a dose ideal para o tratamento. “Se chegar a um ponto que não precisa ser cura, mas de controle, seria ótimo”, complementa Sueli.

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